E vamos continuar subindo a Ilha dos Deuses, desta vez a caminho do grande vulcão Kintamani, na região norte.
Na cidade de UBUD ficamos hospedados na Homestay do artísta plástico JATI, um dos pintores mais famosos de toda Ilha, reconhecido internacionalmente por sua pintura realista, além do banho de cultura que nos deu, recebemos de seu filho um mapa apontando pontos imperdíveis em todo o trajeto.
Em direção às montanhas vulcânicas, novos tesouros se revelaram aos nossos olhos… sinceramente já estavamos saciados com tantas pérolas e achavámos ser impossível mais surpresas, mas Bali não se cansa de nos ofertar suas dádivas…
A beleza era tanta em cada ponto explorado que passamos o dia todo para percorrer um percurso que seria de 2 horas!! Tivemos contato com algumas das obras mais primitivas da Ilha que nos assombraram pela técnica e perfeição com que foram construídas.
Nossa primeira parada, o Goa Galah ou Elephant Cave, datado do séc XI é um complexo belíssimo reunindo piscinas de água sagrada destinadas à purificação do corpo e espírito, um templo só alcançado após inúmeros degraus esculpidos em meio a floresta virgem, e uma famosa caverna destinada aos cultos hinduístas que acomoda a estátua do venerável Deus Hindu Ganesha, aquele que remove obstáculos. Ganesha tem cabeça de elefante, o que explica o apelido de Elefhant Cave dado ao local. Não posso deixar de comentar o preciosismo dos detalhes esculpidos em sua entrada…
Assustadora essa boca??!! Pra nós pode ser que não mas imaginem no século XI, para um povo supersticioso??
Subindo mais um pouquinho paramos para conhecer o Gunung Kawi, ou Rocky Temple, também construído no séc XI, mas apenas descoberto em 1920… graças a Deus… pois é estupendo!!
Para chegar tem-se que descer uma escadaria giganteeee cortando terraços de arroz, um visual muito interessante para quem gosta de fotografar.
Só depois desse exerício é que chegamos em um vale escondido e… mágico… aqui vão as fotos que ilustram melhor do que 1000 palavras… reparem no meu “tamanho” na foto…
Diz a lenda que essa maravilha foi esculpida em apenas uma noite com as unhas do poderoso líder militar Kebo Iwa, como sinal de dedicação à família real de Padjajaran. A verdadeira história dessa construção e dos seus inúmeros altares não sabemos e permanece uma incógnita em nossas cabeças tamanha dificuldade de magnitude da obra.
Nossa próxima parada foi o Tirta Emphul ou Holy Water Temple. Como achamos o lugar muito curioso e simbólico, gravamos um vídeo contando sobre a crença dos balineses nos poderes da água milagrosa que atrai diariamente centenas quando não milhares de pessoas. Aqui vai o link para nosso vídeo.
Já era final de tarde quando chegamos à região do Kintamani, composta por 5 vulcões… o Batur, o maior de todos, resplandescia no horizonte bem a nossa frente !! As cicatrizes de sua última erupção, em 2000, ainda podem ser vistas num grande raio árido e desértico, marcado pela cor negra, mostrando a força da natureza viva.
Nosso passeio terminou num restaurantezinho bem simples, em cima de um penhasco com vista para o Batur, onde fizemos nossa primeira refeição do dia, acolhidos do frio da região montanhosa… reflexivos, tentando assimilar toda a experiência e a cultura dos 3 “monumentos” destinados ao culto!!
A cada passo dado nessa Ilha, a tradução de seu nome fica mais evidente …
A palavra Bali, com a qual a ilha foi batizada no séc IX, deriva da palavra Wali. Wali ou Wari era o termo com o qual os nativos, que muito veneravam seus deuses, chamavam o ato de adoração. Wali é uma palavra do sânscrito que significa “sacrifício oferecido ao deus”, “adoração”, “culto” ou “oferenda”(wikipedia).
Não existe nome que lhe cairia melhor pois o culto e adoração aos seus Deuses são uma das maiores motivações coletivas desse povo, não importando idade, sexo ou nível social. Parece que os balineses já nascem com o “divino” eternizado e latente dentro do coração, algo que denota uma imesa preservação da cultura e da história dessa que é denomida a Ilha dos Deuses… que provalvemente sorriem abençoando diariamente esse lugar!!
Por: Luah Galvão | Pintura: JATI
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