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  • Foto do escritorDanilo España

ALMAS GÊMEAS: A HISTÓRIA DE UM CASAL, DOS RITOS MAIAS À NORUEGA


Um amor de alma é um encontro humano que possui também uma qualidade divina. Ele acontece quando surge em nossa vida uma pessoa que, ao olhar nos nossos olhos, é capaz de enxergar nossa alma. Um encontro dessa natureza nunca acontece por acaso e sempre guarda em si um propósito mais elevado. Essa pessoa vem para ajudar a lembrar de quem verdadeiramente somos…


…Não é difícil perceber quando um amor de alma surge na sua vida, ele sempre vem acompanhado de acontecimentos e sinais que parecem mágicos e significativos. Às vezes, temos uma sensação de profunda familiaridade por alguém que acabamos de conhecer. Outras vezes, o encontro é permeado por uma série de coincidências altamente significativas. Quando isso ocorre, intuitivamente sentimos que algo especial está acontecendo.” | P. Gebrim


Agradeço a psicóloga Patricia Gebrim por emprestar seu olhar, pois toca exatamente na essência da nossa próxima história. É sobre um desses divinos encontros de alma, digno das páginas de um romance que vamos falar…


Um belo dia, Sondre, um jovem norueguês, iniciou uma longa jornada espiritual em busca de um “tesouro” perdido. Viajou para o Egito, Iran, Grécia, Itália e Islândia. Durante todo o processo foi conduzido por um mestre espiritual chamado Illiuka, que lhe deu como missão, encontrar um suposto “livro com letras douradas”. Era um enigma a ser desvendado. Sua jornada, que a princípio parecia em vão, levou Sondre para mais um destino. Illiuka, cujo nome significa guardião do fogo, lhe conferiu uma nova tarefa: fazer uma imersão na cultura Maia.


Em 2010, seguindo os conselhos do mestre, o jovem norueguês desembarcou no coração da Guatemala. Sincronicamente, nas celebrações do ano novo Maia, para eles chamado de Wayeb. Essa festividade nativa, que dura 5 dias e 5 noites, é regida por Ajaw – a energia do Grande Criador. Os Maias acreditam que esse seja um período para se conectar genuinamente com o Criador e, se assim o fazem, são agraciados com vitórias, êxitos e bem-aventurança ao longo do ano que se inicia. Os Maias dizem:


“Filhos, cuidem do Wayeb, pois ele cuidará de vocês. Abençoem o Wayeb, pois ele abençoará vocês.”


E foi nesse contexto de celebração, conexão e sincronicidade que Sondre conheceu Jennifer Monterroso, apelidada carinhosamente de Colocha; ou encaracolada.


Colocha, filha de mãe guatemalteca e pai americano, muito cedo despertou para a cura do planeta e das pessoas que o habitam. Há anos havia deixado a vida na cidade grande para dedicar-se aos estudos da cultura ancestral. Decidiu viver em pequenos povoados entre os Tatas e Nanas – anciões detentores da cultura Maia, e com eles, aprender e se desenvolver. Foi um longo período de imersão, até que um dia a aprendiz virou mestra.




Jennifer estava sentada diante de uma linda fogueira que ardia no centro da festividade. Sondre aproximou-se, e percebendo que ela ocupava uma posição importante no rito, perguntou qual era sua função por lá. “Estou cuidando do fogo sagrado” – respondeu. Sondre lembrou do Mestre Illiuka. Naquela noite ela tinha se oferecido para ser guardiã do fogo – que deve ser mantido aceso ao longo de todo Wayeb. Sondre perguntou se podia acompanha-la, e permaneceu todo o tempo ao seu lado. A conexão entre eles, sutilmente, começou a ser traçada.


“Em um bosque encantado, sob um divino manto de estrelas, fomos guiados a nos conhecer ao redor do fogo sagrado. Foi um encontro mágico.” – nos contou Colocha.



Depois dos ritos de Wayeb, percebendo o entusiasmo de Sondre acerca da cultura ancestral, ela se dispôs a compartilhar parte de seu conhecimento. A ideia foi iniciar o estudo pelo Tzolkin – calendário Maia relacionado ao Ser Humano. Para contextualizar, o Tzolkin é composto de 20 energias mestres, distribuídas em 20 ciclos de 13 dias, totalizando um ano de 260 dias.


E foi assim que os dois, testemunhados apenas pela abundante natureza Maia, passaram 20 dias imersos em uma série de experiências; um dia para vivenciar cada uma das 20 energias do calendário. “Podíamos ver nossas almas através dos nossos olhos. Desde o início sentimos que tínhamos nos conhecido por uma razão muito importante. Não foi amor à primeira vista e sim uma atração de almas.” – nos contou Colocha.


O elo entre os dois estava estabelecido. Era mesmo um encontro especial. Mas, passando o período de férias na Guatemala, Sondre precisou retornar à Noruega. A despedida era inevitável, e ela sabia disso. Foi um longo tempo de distância e incertezas. “Tive muitos momentos de dúvidas e lágrimas, mas mesmo sem saber se íamos mesmo ficar juntos, sentia ter conhecido minha alma gêmea.” – disse ela.


Dois anos se passaram e o coração apertado de Colocha pedia sempre por um sinal. As celebrações do 21 de Dezembro de 2012 – a Nova Era Maia, estavam se aproximando. A Guatemala estava efervescente. Foi nesse contexto que um sinal apareceu: Sondre iria voltar ao mundo Maia para experienciar os ritos da Nova Era. Ela sentiu eclodir um misto de sensações: certezas e dúvidas se alternavam no coração. Era bom se preparar, independente do que acontecesse, afinal, em breve ela estaria novamente frente à frente com aqueles olhos que enxergavam através da alma.


Um novo capítulo da história teve início assim que Sondre voltou para a Guatemala. Passados os primeiros dias de reconexão, as almas buscando as certezas deixadas no último encontro, estavam finalmente conectadas, dessa vez com um olhar tateando o futuro. No tempo em que ficaram distantes, Sondre seguiu estudando as tradições Maias, alinhando-se dia a dia ao universo simbólico e ritualístico do povo ancestral. Descobriram novas afinidades e resolveram juntar suas experiências.


E o que no início parecia os distanciar, pouco a pouco foi acolhido pela energia do Amor. Tinham origens distintas, mas o inglês funcionava bem como língua comum. Se uniram para expandir os ritos e práticas da cultura Maia na Guatemala e divulga-los na Europa. Na questão de geografia, decidiram viver o verão de cada um dos lugares – 6 meses na Guatemala, 6 meses na Noruega. Depois de um tempo decidiram se casar. Celebraram a união nos dois países, sem perder os traços ritualísticos da cultura que os unira. E foi assim que se tornaram mestres de suas jornadas, ligados por um fio invisível e poderoso chamado Amor. Jennifer era o tesouro para o qual Mestre Illiuka conduziu Sondre todo o tempo. Aberto aos caminhos e sinais, ele cumpriu sua jornada heróica e foi recompensado pelo melhor dos troféus; encontrar sua alma-par.


Falando sobre essa alquimia entre eles, Colocha nos contou: “Acredito que não nos encontramos somente para viver uma relação romântica, mas para cumprir uma missão: construir pontes que liguem o mundo comum e cotidiano até o mundo sagrado e mágico. Estamos buscando encontrar a melhor versão de nós mesmos e caminharmos juntos pelo Amor e pela Paz no mundo.”


É exatamente isso que Patricia Gebrim afirmou quando disse: “Um amor de alma é um encontro humano que possui também uma qualidade divina. Ele nunca acontece por acaso e sempre guarda em si um propósito mais elevado.”


Hoje estão passando um período mais longo na Noruega pois ganharam mais um presente divino: a chegada da Lea, uma menina linda que veio para alegrar e lhes ensinar outros capítulos sobre o Amor. Em paralelo, Sondre está estudando permacultura e Colocha se dedicando à maternidade. Estão felizes!


Como sabemos de tudo isso?!


Em nossa Volta ao Mundo, ganhamos como presente da vida conhecer a Colocha. Ela foi nossa guia nos aprendizados do calendário e da cultura Maia. De mestra para amiga foi um agradável pulo. Ganhamos uma irmã espiritual. Sondre, tivemos igualmente a sorte de conhecer, pois assim como ele, também voltamos para a Guatemala para o 21 de Dezembro de 2012. A primeira vez que o vimos, parecia estarmos diante de um ser de outro planeta. Dono de uma energia angelical e de uma harmonia divina, ele era mesmo tudo que ela havia descrito. Nossa amizade com o casal dura até hoje, um sentimento fraternal nos une, independente de onde estivermos…


De fato, existem casais, unidos por um amálgama invisível, celestial, atemporal que quando decidem somar suas energias e entregar-se ao Amor, conquistam pequenos e grandes milagres da vida. Talvez esse seja um dos verdadeiros tesouros da nossa existência: compreender o que de fato é o Amor.


“Por que temos que escutar o coração?! Porque onde ele estiver, estará seu tesouro.” | O Alquimista – Paulo Coelho


Por Luah Galvão



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