Perguntando a motivação do pessoal do Miami Ink
Os meses passam, certos dias temos a impressão que deixamos o Brasil há pouco tempo e em outros parace que nos fundimos de maneira definitiva ao mundo, tão conectados ao ambiente que nos rodeia que nos sentimos parte integrante daquela realidade. Acordar cedo e fazer compras no mercado de Hoi An, no Vietnã e à noite pegar um trem para uma pequena cidade do Laos ou dormir em uma pousada barata sem o menor conforto, mas ser confortado pelo fato de estarmos livres fez com que nos acostumássemos à mudança de uma maneira impressionante.
Aprendendo cozinhar castanha de caju com locais em Izabal | Rio Dulce
E o ser humano é assim, um animal adaptável aos mais diversos climas, desde o cortante frio que experimentamos na Holanda ano passado ao calor úmido e chocante do Camboja ou da América Central. Nos aventuramos pelos povos maias, aborígenes, maoris, khmers, balineses, indianos, marroquinos, etc. Estivemos entre os mais pobres do mundo e também os mais ricos, percebemos o valor de cada um, ouvimos mensagens, idéias, críticas, sugestões e motivações. De banqueiros de Nova Iorque a professores de Harvard, de garçons da Indonésia a massagistas da Tailândia, de monges budistas à muçulmanos extremistas, o mundo se fez tão complexo, cheio de pessoas tão únicas e peculiares que nossa cabeça quase explodiu.
Mercado de Chichicastenango | Guatemala
Sobrevivemos até agora, pois percebemos que a magia da vida está em perceber e aceitar como podemos ser tão iguais e diferentes ao mesmo tempo, que os sábios nem sempre carregam títulos, tem altos cargos ou sucesso evidente. Conhecemos ricos motivados e desmotivados, pobres igualmente motivados e desmotivados, percebemos que o dinheiro vale muito ou nada dependendo de cada moeda e mais ainda do que cada pessoa faz com ele.
Artista plástico e dançarino colombiano
Essa viagem tem nos divertido, instruído, destruído e construído. Tomamos tapas na cara ao perceber coisas simples que estavam bem diante dos nossos olhos e que não dávamos valor. Aprendemos vivendo situações difíceis, tentando nos fazer entender pelos mais diversos idiomas, nos colocamos à prova para provar um pouco do que é o mundo.
Papo com taxista do haitiano
Encorajamos de maneira empírica aos que dizem para nós que pretendem fazer algo similar, desde que estejam dispostos a se perderem. Se perder de si mesmo pode ser muito fácil, é de forma sutil que o dia a dia nos leva para longe de nós, a necessidade de “ter para ser” é uma delas. A moda, a tecnologia, a mídia, o sistema, a sociedade nos impelem de maneira meteorítica para nosso próprio desencontro e viajar também leva ao desencontro, mas nesse caso temos a possibilidade de analisar e tomar consciência do que nos coloca distante de nós mesmos e assim podemos mudar. Já o dia a dia das grandes cidades não nos permite sequer perceber ou analisar o que está acontecendo; está estabelecido, definido e juramentado tudo o que devemos fazer, como e quando.
Casal de argentinos que viajou conosco pelo México
Entretanto para muitos um rítmo constante é algo que também contagia e move. Pode ser um monte de gente, o trânsito ou até mesmo a correria. No final uma somatória acaba preenchendo nosso dia a dia e assim somos capazes de continuar. Isso aconteceu com a gente em momentos que estávamos perdidos, aí nos deixamos levar pelos sinais, pelas pessoas que fomos encontrando e pelo que nos diziam, sendo “conduzidos” pelo fluxo e logo em seguida uma consciência surgia naturalmente nos abrindo um novo caminho mais próprio e mais significativo. Nem sempre é possível estar no controle de tudo, mas o que importa é estar de peito aberto, se adaptar e seguir viagem!
Primeiro jogo de Beisebol que assistimos ao vivo | EUA
Por Danilo España
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